Sempre um medo de querer.
De esperar.
E odiar, porque a espera é demasiado longa.
Odiar isso que me faz querer, porque não quero querer nem esperar.
Esperar pelo que quero. Esperar por alguma coisa de alguém. Esperar por qualquer coisa de outrem.
Quanto a mim, me basta dar. Na via oposta de São Francisco de Assis, a quem muito prezo, não dou para receber. Dou, apenas. E me contento assim.
E não espero de volta. Porque esperar dói. Esperar é querer. Não quero querer. Nem esperar.
Nem ansiar até tudo se contorcer por dentro.
Nem querer tudo e cada pedaço.
Querer inteiro sem nem saber como é.
Querer total.
Querer querer querer.
E depois vem aquela coisa da respiração difícil e de um monte de palavras que todo mundo já usou mas que não posso evitar porque de outro modo não se explica isso que arde em mim inteira de vontade de ter e ser, de alguém que nem existe.
Porque eu não sei quem é você que eu quero.
Mas eu já quero, acho.
Mas tenho sempre esse medo de querer.
E depois do querer é o não ter. Ou pior, é o ter até que a dor do querer se torna a dor de ter tido.
Tenho sempre um medo do querer.
Porque querer é muito perigoso, porque não se sabe, porque ter medo de querer é que é o querer mesmo.
21/10/2011
Grande Sertão, Veredas
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21 outubro, 2011 at 3:59 am
Olá. Sobre o blog, vc entrou no espaço que guardo como backup, vai encontrar a continuação do conto em http://eroticamenteincorreto.blogspot.com/2011/09/boquete-inusitado-parte-iii-matine.html
Super beijo do IN_